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terça-feira, 19 de setembro de 2017

A rotina das nossas últimas férias...

As últimas férias que tive fiz questão que fossem, como disse aqui, sem planos, sem cronómetro, sem pressas, afinal de contas seriam as últimas férias antes da minha M. entrar para a escola. Tinham de ser especiais (e foram!), de preferência a fazer aquilo que mais nos dá prazer: estar no mar!...
Em 2 semanas, apenas não fomos ao mar 2 dias, se bem me recordo... Todos os dias, ela acordava depois de mim, pelas 9h30-10h. Já eu tinha arrumado a casa ou tinha feito outra coisa qualquer para adiantar serviço e já eu estava lá, deitada ao seu lado para lhe sorrir quando ela acordasse... Ela levantava-se e depois dos beijinhos matinais, ia abrir a janela ver se havia sol e exclamava "Mãe, está sol! Vamos à praia?!". Perguntava-lhe para que praia queria ir e ela respondia-me sempre "Para aquela que fomos ontem, a Branca Loura." (depois de termos ido no primeiro dia para lá, passou a ser o seu local de eleição.
Tomávamos um pequeno almoço reforçado, preparava a lancheira, vestíamo-nos e ala que se faz tarde. Saíamos de casa pelas 13h e Caloura street. Vêm as más línguas agora falar da hora perigosa do sol!.... Pois bem, deixo aqui a notícia que me aqueceu a alma (esta aqui) e além disso, a partir das 13h começa a haver sombra do lado do cais da Caloura e era lá que permanecíamos toda a tarde... 
Depois da "praia", de brincarmos muito, de nadarmos muito, de aproveitarmos o dia como manda a lei, a caminho do carro parávamos no barzinho e comprava-lhe um gelado que ela ia comendo na viagem... Já em casa, enquanto ela brincava um bocadinho com a sua Skye, ponha a roupa a lavar e adiantava o jantar (quando não tinha nada já feito!) e seguíamos ambas para o duche. Jantávamos e saíamos de novo de casa para a voltinha noturna. Ela de carrinho (sentiu saudades nessas férias de andar de carrinho!!!) e eu a empurrar... Dávamos a voltinha ao quarteirão, ali pertinho de casa, até ao jardim lá perto ou até à igreja ou até à escola dela... Íamos conversando as duas até que ela, da agitação do dia, adormecia...

Dias abençoados... Dias de puro amor e cumplicidade...

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Eu gosto dela assim!

Ela é bonita, simpática (mesmo simpática!), é pequenina e super elegante. Ela é trabalhadora. Faz umas sobremesas espetaculares. Ela conhece-me desde que nasci, embora ela não se lembre bem (nem eu!), porque também era pequenina. Brincamos muito juntas. Eu adorava-a (e adoro!). Quando era pequenina, queria brincar com ela, mas às vezes ela não queria brincar comigo, porque eu era mais nova que ela e ela pensava que já era crescida. Totó! Eu ficava triste, mas quando ela brincava comigo eu esquecia que tinha ficado triste e ficava feliz. Muito feliz. Depois quando a diferença de idades já não era tão notória, ficamos muito amigas. Fomos grandes companheiras. Sabíamos os segredos uma da outra. Partilhávamos muitos momentos de pura diversão, de Verão ou de Inverno. Fizemos grandes loucuras juntas. Saímos muito à noite, de dia, à tarde. Qualquer hora era hora. Dormimos muitas vezes juntas e ela tinha um mau dormir, ou melhor, um mau acordar. Sempre gostei de dormir até tarde. Ela não. Mas ela não queria acordar sozinha, então remexia-se na cama até acordar toda a gente. Ficava fula com ela. Mas depois passava. Ela sempre foi vaidosa. SEMPRE. Se havia sítio que eu não gostava de ir com ela era às lojas na cidade, sem nenhum fim aparente. Ou pelo menos ela nunca o admitia. Mas havia sempre qualquer coisa. Ela parava em todas (todas mesmo) lojas, mexia em tudo e, depois de fazermos quilómetros, ela ia à primeira loja escolher o único artigo que tinha gostado. Passava-me. Ela tem histórias giras com cachorros quentes. Ela era escrupulosa. Uma vez pediu um cachorro quente e, por acaso, a senhora que lhe serviu encostou o seu dedo (que à vista nem estava sujo) no pão do cachorro e ela já não quis comer. Isto depois de "horas" à espera na fila. Ela era lutadora e ia atrás do seu objetivo até conseguí-lo. Depois de horas à espera (e desta vez foram mesmo horas à espera) de um outro cachorro, num outro dia, e num outro local, e porque ela não queria comer chicharros como toda a gente (pois a fila era minúscula!), quando ela, finalmente, foi dar uma dentada no cachorro desejado, levou um encontrão e o cachorro caiu-lhe para o chão. Imaginem a cara de desespero. Dela e da nossa! Saiu ela, instantaneamente, a correr atrás do culpado de tal desgraça pelo recinto todo e obrigou o rapaz que a tinha dado um encontrão (sem querer) a ficar na fila e pagar-lhe um cachorro. E ela ficou ali (e nós também) à espera do seu cachorro. Mesmo assim ela come pouco. Parece um passarinho a comer. É por isso que é e sempre foi uma super top model e eu nem por isso. Adoro comer. Eis a diferença. Às vezes até diziam que eu era a mais velha. Rimo-nos muito juntas. Muito mesmo. Chegava a doer na barriga de tanto que já nos rimos. Também já choramos juntas, mas isso não interessa nada agora. Não era preciso falar, bastava olhar e comunicávamos uma com a outra. Era cumplicidade. Ela chora com os filmes, telenovelas e eu aprendi a chorar com ela também. Pobre do Emídio, mal sabes tu que houve quem chorasse tanto a tua morte. Com direito a soluço e tudo. Há algum tempo ela descobriu que gosta de desportos radicais, pois radical é ela. Se calhar sempre foi e não sabia. Nem eu sabia. Ela é especial e hoje torna-se ainda mais especial, pois é o seu aniversário. Parabéns. És especial todos os dias. Apesar de não nos vermos muito, penso muito e muitas vezes em ti. Queria ter-te mais por perto fisicamente na minha vida, porque perto já estás. Parabéns por seres a pessoa especial que és. Parabéns pelo teu aniversário. Ah! Ela não gosta de fazer anos. Mas pronto, eu gosto dela mesmo assim e não podia deixar de não falar um pouco dela hoje, que é o seu dia.