quarta-feira, 6 de abril de 2016

Eu gosto dela assim!

Ela é bonita, simpática (mesmo simpática!), é pequenina e super elegante. Ela é trabalhadora. Faz umas sobremesas espetaculares. Ela conhece-me desde que nasci, embora ela não se lembre bem (nem eu!), porque também era pequenina. Brincamos muito juntas. Eu adorava-a (e adoro!). Quando era pequenina, queria brincar com ela, mas às vezes ela não queria brincar comigo, porque eu era mais nova que ela e ela pensava que já era crescida. Totó! Eu ficava triste, mas quando ela brincava comigo eu esquecia que tinha ficado triste e ficava feliz. Muito feliz. Depois quando a diferença de idades já não era tão notória, ficamos muito amigas. Fomos grandes companheiras. Sabíamos os segredos uma da outra. Partilhávamos muitos momentos de pura diversão, de Verão ou de Inverno. Fizemos grandes loucuras juntas. Saímos muito à noite, de dia, à tarde. Qualquer hora era hora. Dormimos muitas vezes juntas e ela tinha um mau dormir, ou melhor, um mau acordar. Sempre gostei de dormir até tarde. Ela não. Mas ela não queria acordar sozinha, então remexia-se na cama até acordar toda a gente. Ficava fula com ela. Mas depois passava. Ela sempre foi vaidosa. SEMPRE. Se havia sítio que eu não gostava de ir com ela era às lojas na cidade, sem nenhum fim aparente. Ou pelo menos ela nunca o admitia. Mas havia sempre qualquer coisa. Ela parava em todas (todas mesmo) lojas, mexia em tudo e, depois de fazermos quilómetros, ela ia à primeira loja escolher o único artigo que tinha gostado. Passava-me. Ela tem histórias giras com cachorros quentes. Ela era escrupulosa. Uma vez pediu um cachorro quente e, por acaso, a senhora que lhe serviu encostou o seu dedo (que à vista nem estava sujo) no pão do cachorro e ela já não quis comer. Isto depois de "horas" à espera na fila. Ela era lutadora e ia atrás do seu objetivo até conseguí-lo. Depois de horas à espera (e desta vez foram mesmo horas à espera) de um outro cachorro, num outro dia, e num outro local, e porque ela não queria comer chicharros como toda a gente (pois a fila era minúscula!), quando ela, finalmente, foi dar uma dentada no cachorro desejado, levou um encontrão e o cachorro caiu-lhe para o chão. Imaginem a cara de desespero. Dela e da nossa! Saiu ela, instantaneamente, a correr atrás do culpado de tal desgraça pelo recinto todo e obrigou o rapaz que a tinha dado um encontrão (sem querer) a ficar na fila e pagar-lhe um cachorro. E ela ficou ali (e nós também) à espera do seu cachorro. Mesmo assim ela come pouco. Parece um passarinho a comer. É por isso que é e sempre foi uma super top model e eu nem por isso. Adoro comer. Eis a diferença. Às vezes até diziam que eu era a mais velha. Rimo-nos muito juntas. Muito mesmo. Chegava a doer na barriga de tanto que já nos rimos. Também já choramos juntas, mas isso não interessa nada agora. Não era preciso falar, bastava olhar e comunicávamos uma com a outra. Era cumplicidade. Ela chora com os filmes, telenovelas e eu aprendi a chorar com ela também. Pobre do Emídio, mal sabes tu que houve quem chorasse tanto a tua morte. Com direito a soluço e tudo. Há algum tempo ela descobriu que gosta de desportos radicais, pois radical é ela. Se calhar sempre foi e não sabia. Nem eu sabia. Ela é especial e hoje torna-se ainda mais especial, pois é o seu aniversário. Parabéns. És especial todos os dias. Apesar de não nos vermos muito, penso muito e muitas vezes em ti. Queria ter-te mais por perto fisicamente na minha vida, porque perto já estás. Parabéns por seres a pessoa especial que és. Parabéns pelo teu aniversário. Ah! Ela não gosta de fazer anos. Mas pronto, eu gosto dela mesmo assim e não podia deixar de não falar um pouco dela hoje, que é o seu dia.

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