quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Histórias minhas de Natal V: "Dois Natais muito diferentes"

Decorria o ano de 2008 - o pior ano de toda a minha vida.
Um ano que nos fez pedir muito, sofrer muito e aumentar a nossa fé em Deus na esperança de que tudo iria correr bem. Por outro lado foi o ano em que tive mesmo a certeza (eu já tinha, mas fiquei ainda mais convicta!) de que tenho a melhor família do mundo e que o amor que nos une nos torna muito fortes, se calhar mais fortes do que aquilo que pensávamos ser...
O meu irmão e a minha mãe estavam em Coimbra desde Abril e de lá não podiam sair, até que o médico do meu irmão decidisse o contrário. Pelas nossas contas, por altura do Natal, o meu irmão estaria em casa (na casa de Coimbra). E, eu e o meu pai (e depois os meus tios e primos do lado paterno) planeamos o nosso Natal com férias para irmos passá-lo em Coimbra com ele e com a minha mãe. Chegamos e ele ainda estava internado, em tratamentos, mas previa-se que saísse pouco antes do Natal. Mas... fomos "atropelados" por uma bactéria que fez com que ele fizesse febre dia sim, dia sim e que não lhe permitiu passar o Natal (e nem a Passagem de Ano) em casa. Ele ficou triste (muito triste!) e nós também, mas o espírito natalício vivia nos corações daqueles enfermeiros e, a nosso pedido, deixaram-nos fazer a "ceia" de Natal numa salinha de convívio que havia lá onde os doentes e familiares podiam jogar, comer, ver televisão,... Podíamos lá estar até à volta da 1h da manhã e assim foi, pois queríamos minimizar todo o sofrimento que existia nos nossos corações estando ao lado dele, sempre ao lado dele. Foi diferente sim, mas foi o verdadeiro Natal, sem prendas xpto, (a única prenda que queríamos era a saúde do meu irmão!), mas com muito amor e paz...

Natal de 2009, o primeiro Natal em casa com meu irmão cheio de saúde, depois do "susto", mas o meu último natal como menina solteira, portanto a ideia era mesmo aproveitar ao máximo. Tínhamos muito que festejar e agradecer a Jesus estarmos novamente os 4 juntos, com saúde, e foi o que fizemos. O ritual voltou a ser o que era antes, quer na noite (na casa dos meus tios) como no dia de Natal (na casa dos meus padrinhos), mas lembro-me tão bem de na noite de Natal estarmos os 4 na sala "museu" que os meus pais têm lá em casa. Chamo "museu" porque nunca é utilizada, exceto em situações esporádicas. Como tínhamos vindo da casa do meu tio, fomos os 4 para lá abrir as nossas prendas. Bebemos uma (ou mais!) bebida cada um. Rimos muito uns com os outros, com as parvoeiras que o meu irmão "cheio de piada" diz e com a minha mãe a fazer "perseguição cerrada" ao que cada um bebia, fizemos alguns tchim tchins e, embora não o disséssemos alto e bom som, sei que cada um, no silêncio do seu coração, agradecemos a Deus estarmos ali os 4 e saboreámos como nunca aquele momento... Eu senti o verdadeiro espírito feliz de Natal nessa noite, porque estava verdadeiramente feliz! Mesmooooooooooo....

1 comentário:

  1. Como sei bem o que é isso! Depois de 1996 passaram a ser todos assim... beijos

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