Normalmente, quando era pequena, as noites de Natal eram sempre passadas em casa dos meus avós paternos, na altura também a nossa casa. Depois da euforia de abertura dos presentes ainda ficávamos a brincar mais um pouco até, talvez às 2/3h da manhã, até que o toque de ordem para irmos dormir acontecia. E consolava adormecer abraçada à boneca nova. O cheirinho de brinquedos novos é único. No dia seguinte, acordávamos mais tarde e, depois de tomarmos o pequeno-almoço, rumávamos até à Lomba da Maia, para a casa dos meus avós maternos. Deixar os brinquedos em casa, podendo só levar um ou outro mais pequeno era um tormento... Depois de chegarmos à casa dos meus avós, juntávamo-nos com os meus primos e padrinhos e era uma festa. Aqueles almoços de família gigantes que demoravam a tarde inteira... Deliciosos! Na altura a minha avó ainda fazia uma árvore e lembro-me perfeitamente dos enfeites que usava: umas bolas feitas em veludo vermelho e também uns passarinhos muito lindos... Nesse dia comíamos perú que a minha avó fazia muito bem feito. O recheio então era uma coisa do outro mundo!...
Depois mudámo-nos para Ponta Delgada, na altura já eu tinha 15 anos... A noite de Natal era passada na nossa casa com a minha avó paterna (o meu avô já tinha falecido) e, às vezes, alguns amigos próximos que estavam na ilha sozinhos. Íamos à missa do galo e depois o ritual de "ir ver as luzes" repetia-se, mas desta vez pelas ruas da cidade e, às vezes, das freguesias vizinhas. Depois de abrirmos os presentes, seguia-se a ceia que era sempre (e ainda é hoje) bacalhau com grão.
Depois íamos para a Lomba da Maia, para a casa dos meus avós maternos. Tudo se repetia como na infância, exceto os adereços de natal que a minha avó, aos pouquinhos, foi deixando de fazer, até passarem a ser inexistentes. A família reunia-se, a comida era a mesma, mas a lembrança a Natal estava a desaparecer...
Já eu estudava em Lisboa, quando o meu tio regressou da Bermuda de vez para S. Miguel. E com o regresso dele, o ritual de Natal também mudou e permaneceu assim durante algum tempo (até 2009). A noite de Natal era passada na casa dele, na Lagoa, com eles, os meus primos, os meus pais e a minha avó paterna (toda a família paterna). Quem queria, ia à missa do Galo. Eu ia sempre, fruto dos anteriores rituais que seguia... Depois da missa, na casa dos meus tios era servida a ceia, que novamente era bacalhau com grão. Depois trocávamos as prendinhas com eles e regressávamos a casa. Nessa altura abríamos nós os 4 as nossas prendinhas que o "Pai Natal" (a minha mãe nunca deixou o ritual de colocar as prendas sem nós vermos e ainda bem!) tinha deixado debaixo da árvore. Bebíamos juntos uma bebida e era hora de dormir.
No dia seguinte, íamos para a Lomba da Maia, desta vez para a casa dos meus padrinhos (família materna) e reuníamo-nos com eles, com os meus primos e os meus avós maternos. O meu padrinho sempre fazia um presépio (ainda hoje faz!) com luzes e casinhas de barro que pareciam trazidas lá de Jerusalém/Egito pela sua arquitetura e a minha madrinha enfeitava a restante casa de forma irrepreensível que sempre me deu gosto de ver. Nesse dia o almoço era demorado. Era toda a tarde à volta da mesa. Normalmente, além do perú, ela fazia um bacalhau divinal no forno (que eu também já sei fazer e adoro!) que era servido com puré e com couves de Bruxelas (depois de ter a minha M. enjoei a essas "bolinhas"!)... Era uma tarde familiar muito bem passada...
Depois mudámo-nos para Ponta Delgada, na altura já eu tinha 15 anos... A noite de Natal era passada na nossa casa com a minha avó paterna (o meu avô já tinha falecido) e, às vezes, alguns amigos próximos que estavam na ilha sozinhos. Íamos à missa do galo e depois o ritual de "ir ver as luzes" repetia-se, mas desta vez pelas ruas da cidade e, às vezes, das freguesias vizinhas. Depois de abrirmos os presentes, seguia-se a ceia que era sempre (e ainda é hoje) bacalhau com grão.
Depois íamos para a Lomba da Maia, para a casa dos meus avós maternos. Tudo se repetia como na infância, exceto os adereços de natal que a minha avó, aos pouquinhos, foi deixando de fazer, até passarem a ser inexistentes. A família reunia-se, a comida era a mesma, mas a lembrança a Natal estava a desaparecer...
Já eu estudava em Lisboa, quando o meu tio regressou da Bermuda de vez para S. Miguel. E com o regresso dele, o ritual de Natal também mudou e permaneceu assim durante algum tempo (até 2009). A noite de Natal era passada na casa dele, na Lagoa, com eles, os meus primos, os meus pais e a minha avó paterna (toda a família paterna). Quem queria, ia à missa do Galo. Eu ia sempre, fruto dos anteriores rituais que seguia... Depois da missa, na casa dos meus tios era servida a ceia, que novamente era bacalhau com grão. Depois trocávamos as prendinhas com eles e regressávamos a casa. Nessa altura abríamos nós os 4 as nossas prendinhas que o "Pai Natal" (a minha mãe nunca deixou o ritual de colocar as prendas sem nós vermos e ainda bem!) tinha deixado debaixo da árvore. Bebíamos juntos uma bebida e era hora de dormir.
No dia seguinte, íamos para a Lomba da Maia, desta vez para a casa dos meus padrinhos (família materna) e reuníamo-nos com eles, com os meus primos e os meus avós maternos. O meu padrinho sempre fazia um presépio (ainda hoje faz!) com luzes e casinhas de barro que pareciam trazidas lá de Jerusalém/Egito pela sua arquitetura e a minha madrinha enfeitava a restante casa de forma irrepreensível que sempre me deu gosto de ver. Nesse dia o almoço era demorado. Era toda a tarde à volta da mesa. Normalmente, além do perú, ela fazia um bacalhau divinal no forno (que eu também já sei fazer e adoro!) que era servido com puré e com couves de Bruxelas (depois de ter a minha M. enjoei a essas "bolinhas"!)... Era uma tarde familiar muito bem passada...
Mais uma história que gostei muito de ler. E essa receita do bacalhau?! :D
ResponderEliminar:) Vou colocar assim que a fizer, pois aproveito para tirar uma fotografia! :)
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