quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Hoje a minha Tuna está de parabéns!

Foi em novembro de 1999 que eu, juntamente com umas quantas amigas, fundamos a nova tuna feminina da Universidade Autónoma de Lisboa - a Damastuna "Cultus Regius". Até essa data, a maioria de nós pertencíamos a uma outra tuna, que se foi desvanecendo com o tempo. Cansadas de tanto dar ao litro e não sermos recompensadas, decidimos por unanimidade recomeçar do zero. E assim foi. Num bar qualquer da mui nobre cidade de Lisboa, decidimos que aquele seria o dia da fundação da Damastuna (17 de novembro de 1999 - há 17 anos atrás). E assim foi. Desde aí, esforçavamo-nos diariamente por tocarmos melhor, sermos melhores, termos músicas giras e ricas musicalmente e conseguimos. Criámos uma tuna, uma verdadeira tuna rica em amizade e em musicalidade. Entre nós havia união e espírito tunante, curiosamente o título de uma das músicas que tocávamos (e que eu criei juntamente com a minha amiga-irmã Paula). Havia esforço de todas e não apenas de um pequeno grupo de "viciadas" na tuna (como eu!). Eu que não sabia tocar viola antes da tuna, cheguei a dar aulas de viola e a criar músicas para a tuna. Juntamente com a minha amiga-irmã, criámos várias músicas para a tuna. Lembro-me que algumas nasceram na sala de instrumentos da Tuna Camoniana (tuna masculina da universidade, nossos padrinhos), nas horas vagas que tínhamos entre aulas e ensaios. Dediquei-me à Damastuna de corpo e alma. Chegamos a ter uma sala só nossa para guardarmos os nossos instrumentos e para nos reunirmos. Nas horas mortas, cheguei a tocar cavaquinho, bandolim, só naquela para experimentar, e cheguei a saber tocar uma e outra música. Hoje já nem me recordo que notas estão em cada corda. 
Nas atuações éramos sempre premiadas de alguma maneira: melhor tuna, tuna mais tuna, melhor pandeireta, melhor estandarte, melhor solista (este prémio era sempre nosso, pois a nossa solista era uma verdadeira cantora, arrepiava só de a ouvir - ainda hoje tem esse poder em mim!). Toquei músicas originais, músicas de outros. Aquelas que me davam mais pica tocar eram as mais difíceis (sempre tive uma queda para escolher o que é difícil, irra!) - o nosso instrumental "Amélie"(que já nem sei tocar!), a "Garça Perdida" (que ainda hoje acho que foi escrita para mim!), que cantada pela minha solista é bem melhor do que a música original, e, claro, as músicas que criei.
Organizámos o primeiro e único festival de tunas, o 1º aDAMAStor, que foi um verdadeiro sucesso e nunca me lembro de ter ficado tão nervosa em palco.
Terminei a Universidade em 2002 e continuei na tuna. Aliás, como fundadora que sou, serei sempre da tuna, mesmo até quando eu for muito velhinha de bengala, se me apetecer pisar o palco, lá estarei... 
O espírito que vivíamos quando estávamos em tuna era único. Quando estávamos em tuna não haviam pais, irmãos, namorados, as atenções eram só para nós e entre nós. Éramos um núcleo fechado que não abria exceções. Nem todos percebiam isso. Quando se estava em tuna era para estarmos em tuna, com a tuna e ponto parágrafo final. Era esse o espírito!

Depois de ter terminado a universidade, ainda trouxe a tuna até à minha ilha e foi dos fins-de-semana mais felizes da minha vida. Foi a minha melhor e mais sentida atuação. Ter a minha família toda em peso na plateia só para me ver pela primeira vez tocar com a tuna, foi das sensações mais incríveis que já tive na minha vida.
Fui ter com a tuna à ilha Terceira e lá também foi uma diversão total. 
Fui a Lisboa de propósito para poder ir com a tuna a S. Brás de Alportel e foi outra atuação que me ficou no coração pelo divertido que foi estarmos todas juntas.

Elas eram umas choronas: choravam quando corria bem, quando corria menos bem. Eu não. Eu achava piada e gozava com elas (não seriam só elas a gozar comigo!). Até que chegou o dia de ser eu a chorar, quando em tom de despedida, a minha solista me cantou em público a "Garça Perdida" só para mim. Porque eu sabia que, por mais que eu não quisesse, não podia andar cá e lá a vida toda e um dia tinha que ser o dia do adeus... continuei a acompanhar as atuações delas e hoje, que já não existem, continuamos a festejar a amizade que ficou para sempre... Daí este post no dia do nosso aniversário! 17 anos depois cá estou a festejar a minha amizade por elas, no dia em que juntas decidimos criar a Damastuna que não foi mais do que um pretexto para alimentar a nossa amizade e união. Trago-as a todas no meu coração e cada memória boa do que vivemos juntas está tatuada no arquivo das melhores coisas que já me aconteceram na minha vida.


Um pouco do que nós fomos:
(Sou aquela que tem as meias mais escuras, de viola...)

(Aqui a tocar a "Garça Perdida" - sou a segunda a contar da esquerda para a direita, sentada, de viola ao colo)

(as fundadoras presentes na atuação de S. Brás de Alportel) 

(todos os momentos que podíamos, juntávamo-nos e tocávamos... aqui no átrio da universidade, num dia qualquer...)

Oiçam-nos...



3 comentários:

  1. Verinha, que linda homenagem à nossa tuna e ao que ainda somos: amigas!
    Iniciei o dia com belas recordações e a sorrir... graças a ti.
    Beijinhos grandes

    É tuna, é tuna, é Damastuna!

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  2. Minha Verinha, minha amiga-irmã!!!! Obrigada por me teres transportado a uma das fases mais bonitas da minha vida! Fui taoooo feliz convosco!!!! E graças a ti, hoje senti, uma vez mais o poder da amizade genuína!!!! É Tuna, é Tuna, é DAMASTUNA!!!!!!

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  3. Es sempre a brisa doce que vem do oceano!
    Parabéns a ti minha querida!
    Be

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