Eram 5h da manhã quando a acordei. Ela não rabujou e nem fez fitas, ao contrário do que pensei que fosse fazer. Só dizia que ia no avião e que ia para Lisboa e estava muito feliz por isso. A primeira vez que lá foi tinha 1 ano e 10 meses. Apesar de ter uma excelente memória, não se deve lembrar de muita coisa do que viu na altura. Eu lembro-me de cada detalhe e vou contar-lhe um dia...
Lisboa é quase como a minha segunda casa. Lá vivi 6 dos melhores anos da minha vida... Acolheu-me desde o primeiro dia e, graças a Deus, tirando alguns pequeninos percalços, tive a sorte de nunca ser assaltada e nem nunca ter tido nenhum problema de maior que não conseguisse resolver na hora. Dizem os entendidos que o pessoal de Lisboa é mais snob e antipático do que o pessoal do Porto, por exemplo... Eu devo ter conhecido outra Lisboa que não a deles. Comigo sempre foram simpáticos e afáveis, sem qualquer razão de queixa de ninguém... Meus ricos lisboetas e minha rica Lisboa!
Em Lisboa já, e porque os maiores motivos da nossa viagem eram por consultas médicas, todos os bocadinhos livres que tínhamos, aproveitávamos para fazer alguma coisa que pudesse distrair-nos (principalmente à minha M.) do "pesado" motivo médico. Decidimos, portanto ir ao Jardim Zoológico. A contrariar o tempo ranhoso que se fazia sentir em S. Miguel e que nos fez vestir (e levar !!!) roupinhas mais quentes, sentimo-nos um pouco "aliens" no meio de pessoas vestidinhas à Verão, de sandálias e vestidinhos fresquinhos. Acidentes de percurso, portanto...
Foi uma tarde esplêndida! Perfeita! Ver os olhinhos da minha M. a brilhar de felicidade é o melhor cenário que os meus olhos alguma vez viram em toda a minha vida. Podermos ter uma tarde, apesar de cansativa, tão divertida e feliz foi das melhores coisas que aconteceram nesta viagem, pois foram esses momentos que nos fizeram esquecer do motivo que nos levou até lá... Sem dúvida que a presença da minha M. ajudou em muito neste sentido.
Ver o espetáculo dos golfinhos (em primeiríssimo lugar!), ver as girafas, os leões, os elefantes e as tão divertidas e engraçadas suricatas foram os momentos auge da nossa passagem pelo Jardim Zoológico e os que a minha M. mais gostou. Experimentamos o teleférico. Na minha família não abona o "à vontade" nas alturas e a minha M., mesmo que não lhe tenha sido incutido isso, desde pequenina que as "alturas" também não são paixão. Ainda só tinha passado 1 minuto desde que o teleférico tinha começado a andar e ela diz-me "Mãe, isto não é muito divertido!" e um pouco mais à frente ainda diz "Quando é que vamos sair daqui?". Nem preciso dizer que ela andou a viagem toda agarrada às grades sem mexer um milímetro. Só esteve bem porque estava comigo! À medida que a viagem ia acontecendo, tentei relativizar e apontar para os animais que íamos vendo para ela gostar da experiência. Penso que foi o que lhe fez gostar do resto da viagem, mesmo que tenha sido apenas "minimamente".
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