terça-feira, 5 de abril de 2016

Maldito sejas, pá!

Estou desolada... Estou desolada como fiquei desolada em Janeiro por causa de uma bebé que eu nem conhecia pessoalmente. Essa menina cativou-me com o seu sorriso diário e com a sua força de lutar contra um "bicho ruim" muito maior que ela própria. Todos os dias acompanhava a sua página sempre com esperança que um dia iria ler "a Matilde venceu", mas essa frase nunca apareceu. Ao invés disso, veio a notícia de que o maldito levou a melhor! Ela tinha 16 meses!!! Escrevi um texto sobre ela, quem quiser ler, clique aqui.

Depois disso, continuo a acompanhar histórias semelhantes... Hoje partiu o Duarte (pode conhecer a história dele aqui ou aqui)! Um menino de 15 meses que tinha tudo para viver e crescer bem, mas não tinha saúde suficiente! "Já nada mais havia a fazer", a célebre frase que todos temem ouvir, mas os pais não desistiram de procurar a cura do filho, tal como eu nunca desistiria da minha filha... É impossível desistirmos de um filho!... Tudo pela minha filha! TUDO!

Nestas alturas, como em tantas outras, eu tento colocar-me no lugar destes pais e não consigo. Não dá. O que devem sentir?! Primeiro impotência, acho. Depois, quando o pior acontece, imagino que se sintam "sem chão", no mínimo. É o que eu, enquanto mãe, imagino que se deve sentir. Sem chão e sem nada. Se calhar é isso que se sente. Não sei. Nem quero ter oportunidade de saber (perdoem-me o egoísmo!). Apenas sei que não é justo! Não é justo para uma mãe, para um pai, para uma família e muito menos é justo para a criança viver em sofrimento, lutar contra um "dragão" tão gigantesco, tão cruel. Apetece-me colocá-lo na minha mão e esmigalhá-lo com toda a minha força, até ele se sucumbir, transformar-se em nada e desaparecer. Se eu pudesse fazer isto! Não é justo e nem devia ser permitido no nosso mundo tanto sofrimento em seres tão pequeninos. Não é justo. Nada justo.

Aos pais do Duarte, hoje que é assinalado "o dia dos filhos" (curioso!), sejam mais um pouco verdadeiros pais do Duarte, como sempre foram e sejam fortes como ele foi. Sejam grandiosos como ele foi, pois tão pequenino teve sempre uma coragem gigantesca para enfrentar um bicho tão feio e horrendo... Muita força! Não vos conheço, mas admiro-vos!

Maldito sejas! Cancro estúpido! Devias padecer de cancro para ver se gostas! Maldito, maldito maldito! 1000 vezes maldito! E não há mesmo ninguém que encontre cura para esta maldita doença?! NINGUÉM mesmo????

2 comentários:

  1. Sinto cada palavra tua Vera ...sinto uma tristeza enorme ,gigante perante cada noticia dessas...meus ricos meninos...não tenho palavras...apenas lágrimas me saem

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