quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

O dia mais feliz da minha vida - parte II

No hospital deram-me as roupas espetaculares para eu vestir e um saco do lixo para colocar as minhas (!!!). Já com o novo modelito, fiz o primeiro CTG. Nunca o tinha feito antes... Enquanto o fazia, respondia a um enorme inquérito feito por uma enfermeira super simpática que me disse estar apenas a fazer trabalho de secretariado naquele dia... O melhor de tudo foi estar sempre a ouvir o coração da minha princesa... Ela fez-me o meu primeiro "toque" e foi do mais querida que podia haver, pois disse-lhe que tinha ouvido horrores sobre os "afamados toques"... Disse-me que tinha 1cm de dilatação, portanto, era provável que ficasse no hospital 48h para observação, pois aquilo podia não evoluir, até porque estávamos de apenas 36 semanas...
Mãe nunca desiste dos filhos, por isso não sei como a minha mãe conseguiu, mas ela apareceu ali. Queria ver como eu estava. Na altura não queria vê-la, porque queria estar calma e tinha a certeza que ela podia por-me nervosa, mas hoje percebo que ela só estava preocupada comigo e queria ver com os seus olhos que eu estava bem...
O namorido ligou-me a perguntar como estavam as coisas. Depois do que a enfermeira me tinha dito, disse-lhe que estava tudo bem, que depois que ele saísse do trabalho poderia vir ter comigo, mas que estava tudo normal.
Dali a pouco fui pelo meu pé para o Bloco de Partos juntamente com um senhor e uma senhora de cadeira de rodas (também me perguntaram se queria uma, mas eu estava bem, disse que não ia precisar...) e fiquei instalada num quarto só para mim, com uma enfermeira espetacular chamada Odete (não me recordo do último nome!), que me colocou o soro da forma mais delicada possível (não doeu nada como eu imaginava que poderia doer! Sou muito mariquinhas!)...
Chegou o namorido e lá ficou comigo... Eu estava bem! Não sentia dores quase nenhumas... Estava ali deitada... Até que comecei a sentir uma moínha estranha e comentei com a enfermeira Odete. Ela disse que teria de fazer um "toque". Falei-lhe novamente do meu trauma com os "toques" e, mais uma vez fui abençoada pelas mãos de fada dela... Olhou para mim e disse "Temos de chamar a equipa de anestesia!", perguntei-lhe porquê. Ela disse que a hora de levar a epidural, caso quisesse (óbvio que queria!), seria agora ou depois não poderia levar. Estava com 4cm de dilatação. Nessa altura comecei a formatar o cérebro para o parto, mas ela tranquilizou-me e disse "Oh minha menina, ainda tens pelo menos 12h pela frente!"... 12 horas???? 12 horas nisto?! Oh meu Deus... 
Nesse momento chegou também a minha cunhada, que é enfermeira e soube que estávamos lá... De seguida veio a equipa da epidural e, mais uma vez, mãos de fada mexeram no meu organismo... Não sei se pela adrenalina, se pelo nervoso miudinho que fingia não sentir, nem a agulha do soro, nem a da epidural, nem os toques me magoaram... Quem me conhece sabe a minha aversão a hospitais, médicos, enfermeiros, agulhas,... e o nascimento da minha filha foi tudo tão perfeito!... 


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