Há uma semana atrás a minha avó Maria dos Anjos estava no hospital, como tantas outras vezes esteve e superou... Tínhamos viagem marcada para a Terceira nesse dia, mas depois de um telefonema do hospital a dizer que ela tinha piorado, o meu pai decidiu passar no hospital para falar com a médica, antes de ir para o aeroporto. Perante a falta de otimismo quanto ao estado da minha avó, decidimos desistir da nossa viagem. Ouvir que o desfecho da sua vida previa-se para aquele dia ou para o dia seguinte não foi fácil para mim que sou neta, por isso não consigo imaginar o que foi para o meu pai, que é filho...
Fomos para casa. Eu fiquei na minha para desfazer as malas e a minha M. foi com os avós para poder almoçar a comidinha feita pelos vizinhos queridos que eles têm. Depois eu iria lá ter... Não terminei de desfazer a mala, quando um telefonema me informou que a minha avó tinha partido... Eu estava sozinha na casa dela, no seu apartamento que ela tanto gostava e que ela me emprestou para viver quando casei e onde vivo até hoje. Já tinha pensado como seria se ela morresse um dia... Como ia ser viver na casa dela, depois dela partir... Na altura, pensava eu que ia ter medo de estar lá sozinha... Depois de ouvir que ela tinha partido, estava sozinha no seu apartamento e não senti medo. Não senti medo porque eu sei que a minha avó gostava muito de mim e, com certeza, não desejava que nenhum mal me acontecesse... Medo de quê então?! Que ela me aparecesse?! Ela sabia que eu não gostava de ver fantasmas por isso acredito que, caso existam, ela não me iria pregar nenhum susto desses... Desde que ela morreu que não sinto medo de estar na sua casa... sinto paz, calma e boas recordações de quando ela lá vivia e eu ia visitá-la...
Hoje já se passaram 7 dias desde que partiu... E o que sinto mais saudades é do seu sorriso contagiante que manteve até à minha última visita ao Lar. Lá estava ela, sentada no seu cadeirão, a ver a sua bisneta a tagarelar com ela e a cantarolar nas redondezas e ela sorria, estava feliz... A minha M. tinha o dom de deixá-la feliz e a sorrir... "Querida, querida, querida" dizia ela tanta vez durante uma única visita...
A minha avó gostava tanto de viver, de sorrir... Mas a vida que hoje levava já não era motivadora... Acredito que ela desistiu de viver... Sei que hoje ela está melhor, junto das suas filhas, do seu marido e dos seus pais... e nós cá ficaremos a falar dela para eternizar a sua passagem aqui no mundo...
Hoje a missa do 7º dia realizar-se-á na Igreja de Santo António Nordestinho, às 18h.
Beijinho! O meu avô materno partiu no dia que eu nasci mas a avó acompanhou-nos durante muitos anos e ainda hoje, 11 anos depois da partida dela nos lembramos de tudo o que ela fazia, dizia, não se perdeu nada, apenas a sua presença física. Vais ver que vais sorrir muitas vezes com as lembranças
ResponderEliminarEu sei. Os meus 2 avôs também já partiram (um há 22 anos e outro há 12) e continuo a lembrar-me deles com muito carinho... O tempo ajuda a sarar tudo... As saudades e as boas recordações ficam para sempre... :)
EliminarBeijinho