Depois deste sítio aqui, é a Boca da Ribeira que mais histórias tem comigo e onde também me sinto em verdadeira paz, onde fui sempre feliz (pelo menos que me lembre!)...
A Boca da Ribeira de hoje não tem nada a ver com a Boca da Ribeira de antigamente. Quando era pequenina (mesmo pequenina!), existiam lá umas casas onde as pessoas podiam pernoitar e a piscina não era de cimento, era mais natural, na zona onde temos acesso ao mar pela esquerda.
Tenho uma foto em que estou lá bem pequenina, se calhar com a idade da minha M., juntamente com uma amiga minha, a quem chamo de prima, porque é prima do meu primo, a Paulinha, ainda mais pequenina que eu. Provavelmente foi numa das vezes que fiquei lá a dormir. Foi também com ela que treinei os primeiros mergulhos, já na nova piscina (a que existe hoje!). Primeiro da escada mais baixinha (mais junto ao mar), até conseguirmos dar mergulhos bem dados da base da piscina (que foi uma grande vitória nossa na altura!).
Lembro-me que a ribeira corria mais do que corre hoje em dia e havia lá uma zona (à esquerda das escadas de madeira) mais funda onde nós às vezes decidíamos ir nadar. Era água doce, claro, e bem mais fresquinha que a água do mar, mas crianças têm sangue quente e lá íamos nós.
Passei toda a minha infância e adolescência nesta piscina. O único ponto negativo dela é que o sol vai embora pelas 17h30/18h, aliás como em todo o Nordeste dada as rochas enormes que tem. No Nordeste não podemos cumprir aquela máxima de ir à praia só a partir das 16h porque assim não ficamos lá tempo nenhum... Assim, mais fácil é ir e levar um guarda-sol para ao menos darmos umas braçadas valentes! :)
Quer as casinhas que existiam, quer o lago da ribeira que vos falei foram destruidos aquando as cheias que aconteceram lá nos anos 80 (história que conto aqui, quando falei do meu avô!) e nessa altura construiram o que há hoje. Esta zona balnear está tão bem conseguida, pois é limpinha, bem arranjadinha, com excelentes condições, mas os invernos são bastante rigorosos e com o mar ali não se brinca e acaba sempre por destruir alguma coisa. Penso que vão proceder a obras daqui a dias de requalificação da zona (mais uma vez!) e espero que desta vez aguente...
Neste dia em que fomos à Boca da Ribeira, talvez por fazer parte da minha infância, adorei ver a minha M. a fazer exatamente o que eu fazia em criança: atirar-se para a piscina degrau a degrau, apanhar peixinhos, chapinhar na água e dar pulos para a piscina! É o meu orgulho, esta filhota!
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