Deixo aqui uma história que criei para poder participar num passatempo que me daria 2 bilhetes de entrada no Jardim Sagres Fest, que falei aqui. A ideia era ser uma história romântica que se tivesse passado no Jardim António Borges e eu ganhei yeah!!!! Como nunca ganhei nada na minha vida fiquei mesmo contente!...
Esta foi a minha história:
Esta foi a minha história:
Eles eram
jovens, bonitos e apaixonados um pelo outro. Encontravam-se no Jardim António
Borges. Costumavam sentar-se nas raízes aéreas da Figueira Australiana, onde
trocavam palavras doces e juras de amor eterno. Foi exatamente nesse jardim
onde tudo começou. Numa troca de olhares, entre conversas com amigos, foram
descobrindo que pertenciam um ao outro para sempre. A partir daí, os encontros
tornaram-se periódicos e duradouros.
Um dia, ele
combinou um encontro com ela. Ela não sabia o que ele lhe estava a preparar.
Chegou ao portão do lado sul, como habitualmente fazia e reparou que toda a rua
estava cheia de margaridas brancas, as suas preferidas, como que a indicar o
caminho. Ela seguiu as margaridas que terminaram junto à mesma árvore onde se
costumavam sentar. As raízes estavam completas de bouquets de margaridas. Ela
espantada com tudo aquilo que via, olhou à sua volta e não viu ninguém…
Sentou-se numa das raízes, com um dos bouquets na mão, à espera que ele
aparecesse. Ele veio, bem vestido, colocou-lhe uma coroa de margaridas na
cabeça, beijou-a na testa e ajoelhou-se à sua frente. Estendeu-lhe a mão e
abriu uma caixinha que continha um anel de noivado. Disse “Tu és a minha rainha, o meu mundo, a minha vida. Sem ti não sei viver.
Queres casar comigo?”. Ela, de lágrimas nos olhos, disse que sim. Este era
o momento mais feliz da vida de ambos.
Chegou o
grande dia e, com ele toda a felicidade do mundo. Um dia cheio de amor e de
margaridas brancas, tal como ela gostava. Depois da cerimónia religiosa, foram
ambos tirar inúmeras fotografias no “seu” jardim, sobre o cheiro dos Eucaliptos
(Eucalyptus Globulus – Austrália),
nas grutas, nas enormes raízes aéreas da Figueira Australiana (Ficus Macrophylla – Austrália), debaixo
da imponente Árvore-do-fogo (Metrosidero
Excelsa – Nova Zelândia), na sombra da Árvore do Papel (Melaleuca Linariifolia – Austrália) e à
beira dos 2 lagos existentes. As fotografias eternizaram o momento e também a
história de amor que ambos viveram.
Passaram-se
os anos e com eles muitos momentos de felicidade. Vieram os filhos (4), os
netos (6) e uma bisneta.
Ela estava a
viver num Lar. Ele foi buscá-la. Levou-a até ao portão Sul do Jardim. A rua
estava cheia de margaridas brancas, as suas preferidas, a indicar o caminho.
Ele conduziu-a pelas margaridas que terminavam junto à mesma árvore onde se
costumavam sentar, quando eram jovens. As raízes estavam cheias de margaridas.
Ela, de mão dada com ele, olhava todo o cenário e sorria para o que via.
Olhava-o e sorria para ele. Sentaram-se numa das raízes. Ele colocou-lhe uma
margarida na mão. Ela segurou-a, com as mãos trémulas da idade. Ele mostrou-lhe
as fotografias do casamento, tiradas naquele mesmo jardim e ela olhou-as,
sorrindo, uma a uma. Ele beijou-lhe as mãos e disse “Não sei se me conheces, mas eu sei quem és. Tu és a minha rainha, o
meu mundo, a minha vida. Eu agora sou a memória que não consegues recordar.
Obrigada por tudo, meu amor…”
Ela sorriu,
como sorria todos os dias depois de ouvir o que ele dizia, porque todos os dias
ele fazia o mesmo, na esperança de nunca deixar apagar-se da memória dela,
diagnosticada com Alzheimer há alguns anos atrás…
FIM
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