Tenho uma amiga que trabalha no Cinemundo e por isso lá de vez em quando partilha uns filmes que vão sair no facebook. Um deles chamou-me a atenção (este aqui! Deixo o trailer em baixo também...). Saiu no dia 25 de agosto e pareceu-me bastante divertido e algo familiar... Está na minha lista dos que quero ver!
Quando vamos estudar para fora, como foi o meu caso, com apenas 18 anos, vamos (eu fui!) cheios de medo com aquilo que podemos encontrar... Vamos para o desconhecido, sentimos falta dos nossos pais, da nossa família (eu senti muita mesmo!), da nossa casa, dos nossos costumes, das festas que costumamos ir e que sabemos que vamos perder,... um infinito mundo de tradições que até então cumpríamos. Lá, no nosso destino (o meu foi Lisboa, a grande capital!), o desconhecido assusta-nos. Até que, devagarinho, começamos a ambientar-nos, a lidar sozinhos, sem a ajuda de ninguém algumas vezes, com as inúmeras situações que nos vão acontecendo e é assim que crescemos enquanto pessoas. Não temos os nossos pais ali ao lado para nos proteger, para nos ajudarem. Temos de nos desenrascar sozinhos. Lembro-me ainda do dia em que fiz a minha primeira canja de galinha (uma dificuldade!). Tive de ligar à minha mãe para perguntar como se fazia, porque até ir para Lisboa nunca tinha cozinhado antes. Aos poucos fui-me aventurando na cozinha. Hoje já não morro de fome!
Com o tempo, vamos criando as nossas amizades, os nossos sítios prediletos, os nossos hábitos, os nossos horários. Até que chega o dia de regressar à origem! Eu sempre soube que queria regressar... Não necessariamente quando terminasse o curso, mas sabia que um dia o regresso ia acontecer. Quis Deus que o regresso fosse mesmo no final do curso, pois não encontrei um trabalho que me pudesse sustentar lá e, longe de mim pedir aos meus pais para me sustentarem em Lisboa mais tempo (se eu pedisse, sei que não me negavam, mas não queria que fosse assim!). Já bastou aguentarem os 6 anos em que estive longe e por isso decidi que aquela era a hora de voltar. Não foi fácil! Senti que para eles eu continuava a ser aquela menina de 18 anos que tinha quando sai daqui lavada em lágrimas (pode ler aqui esses momentos horríveis que passei!). Tivemos de voltar a reaprender a viver juntos, a redefinir estratégias, horários e hábitos. Muitas vezes pensei em regressar a Lisboa, mas como queria ser auto suficiente para me manter lá nunca o fiz. Se tivesse encontrado trabalho lá, se calhar tentava a minha sorte, mas não encontrei. E por isso fiquei. Se calhar foi o melhor para mim! E por isso, enquanto vivi debaixo do mesmo teto deles, tive de seguir as regras deles e o que eles decidiam por mim para mim e para a nossa família. É assim que devem viver os filhos enquanto vivem com os pais. Foi assim que eu escolhi viver com eles a bem do bom ambiente familiar, porque os pais é que são os "chefes" e nós, os filhos que vivemos na casa deles (que também é nossa, mas que não trabalhamos por ela!), somos os "subordinados" e devemos acatar o que eles dizem como ordens "master".
A partir do momento em que saímos de casa para viver a nossa vida, numa outra casa (sozinhos ou quando vamos viver com alguém), aí sim, criamos nós as nossas próprias regras e horários e hábitos, sem ter de lhes pedir autorização para tal, embora, de bom tom, devamos sempre pedir-lhes conselhos, pois, apesar de tudo, são os nossos pais e a sua experiência de vida é muito superior à nossa.
Aos meus pais, um enorme obrigada por (quase) todos os "puxões de orelha" que recebi e por todo o apoio que sempre me deram, nem sempre indo a meu favor... Amo-vos muito!
Do que me foste lembrar! Quando regressei a casa, depois do curso, foi muito, muito dificil. Havia coisas a que já não estava habituada, havia muita falta de paciência minha, muita vontade de ter a minha casa, o meu espaço. Já passou! Mas no ano em que descobri o amor da minha vida estava decidida a comprar casa sozinha! Quis Deus que não fosse preciso! Entendo e concordo com tudo o que dizes
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