segunda-feira, 13 de junho de 2016

Dia do Santo mais casamenteiro do mundo

Iniciaram-se os festejos dos santos mais gaiteiros e populares de Portugal: Santo António (13 de junho), S. João (24 de junho) e S. Pedro (28 de junho)...
Este Santo de hoje sempre fez parte da minha vida, por ter vivido na freguesia com o mesmo nome. Sempre me lembro de vê-lo lá no altar da igreja onde realizei todo o meu percurso católico desde o batismo ao crisma. Por isso, sempre tive por ele um carinho mais especial. Era com Ele que eu falava e pedia as minhas coisinhas de criança, que já nem me lembro bem o que era... Lembro-me de ter uma altura em que participava na missa. Durante a semana também ia à missa para fazer a leitura (é verdade!). Não lia ao domingo porque a igreja, apesar de ser enorme e da freguesia ser pequenina, as pessoas aderiam muito e a igreja ficava lotada de gente e eu tinha vergonha de ler para tanta gente. Sempre fui assim um pouco tímida para essas coisas... 
Depois de sair de Santo António, trouxe comigo o carinho por este santo e que perdura até hoje. Quis Deus que eu ficasse a estudar exatamente no coração de Lisboa, cidade cujo padroeiro é também o Santo António e lá a festa é rija (mesmoooo!). Infelizmente durante os 4 anos de curso o mês de junho era mês de frequências e, quem me conheceu nessa altura sabe que eu hibernava completamente em fevereiro, junho e julho (épocas de frequências e exames!). Se o ano todo podia faltar às aulas (sem problemas de consciência), exceto quando se tratavam de fazer trabalhos anuais ou algo semelhante, nesses 3 meses do ano eu só saia de casa para ir fazer as frequências e exames. Nem para um cafézinho com amigos eu ia, pois nunca seriam 5 minutos e todos os minutos contavam para mim. Foi a opção que tomei e até à data acho que fiz a coisa certa. Portanto, durante esses 4 anos de curso nunca participei na noite de Santo António. Depois desses 4 anos de curso ainda fiquei por lá mais 2 anos (que fazia parte do estágio e já não haviam frequências para fazer!) e aí sim pude experienciar o quanto divertido é festejar o Santo António em Lisboa. As marchas são lindíssimas, o cheiro a sardinhas pelas ruelas, uma multidão que só se quer divertir e está com boas energias, o cheiro a manjericos nas barracas das vendedoras, as ruas enfeitadas com fitas e balões coloridos, a música pelas ruas que vão dar ao Castelo de S. Jorge, a sardinha grelhada em cima da fatia de pão e poder comê-la com a mão. Há zonas, inclusive que só se passa em fila indiana porque é tanta gente que não se consegue de outra forma... Ninguém se chateia, toda a gente sorri, está feliz... Tudo isto durante uma noite inteira.... É simplesmente mágico e único... É tão especial para mim que depois de regressar aos Açores ainda voltei lá umas 2 ou 3 vezes nesta altura para poder reviver e festejar o Santo António como deve ser e só em Lisboa é que isso se consegue de verdade! :)





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