Perante esta informação recebida depois de saírem os resultados oficiais das colocações nas Universidades públicas do país, pensava eu que não havia mais nada a fazer a não ser repetir o 12º ano na área correta (até essa data frequentava o agrupamento 3 "Economia" sem prosseguimento de estudos! Sei que não era, nem nunca foi a minha área, mas na minha ingenuidade de 9º ano feito na escola do Nordeste, onde toda a gente se conhecia e perante o desconhecido de uma nova escola, pareceu-me que aquela área seria a melhor, pois abria-me as portas para ficar na turma dos meus amigos quase todos que tinham também escolhido essa área! Fraca cabeça a minha!). Assim que nos apercebemos que a minha área não me dava possibilidades de prosseguir para uma universidade, comecei a frequentar explicações de Português A e de Inglês (no 12º ano não tinha Inglês!) para poder concorrer externamente a um curso superior. Tive um ano cão, com um horário super, hiper, mega preenchido! Resultado: não fiquei colocada como aluna externa, pois era muito difícil ter nota suficiente para superar a falta de frequência nas aulas, já se sabe...
Os meus pais não desistiram de mim e para sempre vou agradecer-lhes por todo o esforço que fizeram por mim... Sem eles a minha vida teria, com certeza, seguido um rumo muito diferente. Consoante as minhas preferências, inscreveram-me em 3 universidades privadas diferentes:
- Universidade Católica de Viseu para o curso de Inglês/Alemão;
- Universidade Moderna, em Lisboa, para o curso de Psicopedagogia Curativa (deu-me um vaipe qualquer na altura, não me perguntem!!!!)
- Universidade Autónoma de Lisboa, para o Curso de Línguas e Literaturas Modernas, variante de estudos Portugueses e Ingleses, com possibilidade de ser via científica ou via ensino (eu queria era via de ensino, mas isso iria depender de como me corresse o curso!).
Fiz os exames de admissão em todas. Passei em todas também.
Quando fui fazer o exame a Viseu, fui bastante clara com o meu pai "Não quero ficar aqui! Nem vale a pena fazer o exame, pois aqui não fico. Prefiro ficar mais 1 ano no 12º ano do que ficar aqui!"... Era Setembro e estavam 7 graus!!!!! 7!!!! Nem conseguiria imaginar o tempo lá em Janeiro! Não lido bem com o frio... Gosto é de calor... E além disso, para ir a casa teria de passar 4h fechada num autocarro até Lisboa e depois mais 2h de avião (para não falar dos atrasos e afins que sempre acontecem...!!! Não era para mim! Fui na mesma fazer o exame, a pedido do meu pai e, apesar de ter sido muito bem recebida na Universidade e tudo me ter corrido bem, nunca mais esqueci o frio que passei naquela noite no hotel onde ficamos (roubei o cobertor do meu pai e o do meu primo P. que tinha ido connosco!).
O exame na Universidade Moderna já foi mais calminho. Era sobre cultura geral, por isso não tive de me preparar agarrada a livros e afins. A Universidade era super nova e bonita e também fui muito bem recebida lá, mas segundo o meu primo, os alunos daquela universidade eram muito "cocós" e, quem me conhece, sabe que eu sou uma pessoa super prática e sem rococós nenhuns... Só mesmo se não tivesse hipótese é que ficaria ali...
Os exames na Universidade Autónoma de Lisboa (fiz 2: um de português e um de inglês) correram bem também. Não me lembro em qual sala foi, mas lembro-me de sentir uma empatia maior nesta universidade do que nas outras. Fazia-me lembrar o Liceu Antero de Quental. Era (e é!) um edifício antigo, amarelo, o chão era de pedra branca (todo ele!) e tinha muitas alusões ao nosso Camões, logo à entrada, depois do pátio, onde havia um poço daqueles antigos onde se tirava água, havia um busto dele. As salas de aula era compridas, cheias de carteiras antigas, amarelas,... Senti que era ali que pertencia e foi ali que decidi ficar mesmo tendo sido o último resultado a sair e colocando em risco ter de ficar mesmo mais um ano no 12º ano, pois recusei as entradas nas outras universidades, mesmo sem saber o resultado na UAL.
A vida é feita de escolhas e esta foi uma das mais importantes que fiz na minha vida!
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