quarta-feira, 15 de junho de 2016

Tenho a minha consciência tranquila

Depois de ler isto, confesso que fico com a minha consciência de mãe tranquila. Quando soube que estava grávida, nunca pensei que a minha vida fosse mudar tanto. Tinha uma vida social relativamente ativa. Alguns amigos sempre por perto. Gostava muito de ir a uma festa, a um concerto, a um churrasquinho,... 
Desde que a minha filha nasceu, e até mesmo grávida, que a minha prioridade passou a ser ela. Tudo o que faço é pensado e analisado ao pormenor por causa dela. A felicidade, o bem estar e a saúde dela são as minhas grandes prioridades. Todo o tempo que tenho disponível dedico-o a ela. Assim que saio do trabalho, vou ter com ela e com ela passo o resto da tarde/dia, faço os afazeres do dia-a-dia com ela ou, sempre que tenho oportunidade, faço algo para ela, ao gosto dela. Ao fim-de-semana tento fazer programas onde ela está inserida e que sejam indicados para ela. Quando não são, simplesmente não os faço. E ainda tento respeitar ao máximo os horários que ela tem no meio disso tudo.
Espero ser sempre assim com ela, independente da idade. Quando estiver na escola, espero poder dar-lhe o apoio que ela, com certeza, vai precisar e ser atenta o suficiente para detetar algum problema que ela tenha para poder, assim, ajudá-la de alguma forma. Na idade em que ela precisar estar com os seus amigos, espero conseguir dar-lhe o espaço que ela precisa, sem nunca esquecer que sou e serei a sua melhor amiga e que poderá contar comigo para sempre e para tudo. É isto o que uma mãe é. Pelo menos a minha é e sempre assim demonstrou ser.
Esta é a mãe que sou e que sempre quis ser... Se calhar tive momentos que pensava que não estava preparada para ser mãe, mas hoje eu sinto que estava, porque hoje sei que, com o nascimento da minha filha eu não perdi nada, só ganhei: um melhor conceito de vida, um melhor conceito de família, um melhor conceito de amizade. 

2 comentários:

  1. Acho que só vale a pena pensarmos em ter filhos quando pretendemos dar-lhe mais do que comida, saúde e acesso a uma escola. Mas sinto que este pensamento é uma coisa "dos nossos tempos". Felizmente parece-me que tiveste uns pais presentes e que sempre te deram um bom exemplo. A maior parte dos que conheço, da geração dos nossos pais, não consideravam muito relevante passar tempo com os filhos. Não me lembro sequer de grandes brincadeiras, qualquer abraço e muito menos uma conversa que os meus pais tivessem comigo antes de eu ser adulta. É como se só tivessem reconhecido a minha existência como pessoa depois de eu ter um trabalho e ser independente financeiramente. Acho que, antes, era assim. :)
    Com a minha filha faço completamente o oposto. Mais depressa deixo a casa desarrumada do que abdico de tempo com ela. Não estou sempre com ela. Às vezes deixo-a a ver desenhos animados (2 ou 3 vezes por semana e nunca mais de uma hora), tento que brinque sozinha ou deixo-a na avó (uma vez por semana, durante 3 horas, ao fim de semana) e aproveito para sair sozinha ou com o Milton ou amigos. Mas, todos os dias, mesmo todos, temos muito tempo só nosso, a brincar, a conversar, a dar beijinhos e abraços, ou apenas a conhecer-nos. Foi para isso e por isso que decidi ter filhos, para participar na sua vida, para os ver crescer e amar cada momento.
    Quando a minha mãe ou uma das minhas tias me dizem que as crianças dão muito trabalho e que eu "coitada" devo andar muito cansada, quase que fico ofendida. Dá trabalho claro, mas é um trabalho bom, e passar tempo com as pessoas que mais amamos no mundo é sempre mais um prazer que cansativo.
    Já não saio tanto, não viajo tanto (e sinto mesmo falta de viajar) e não tenho tanto tempo para fazer algumas coisas mas a minha qualidade de vida e a minha felicidade é incomparavelmente maior desde que sou mãe. Não trocava isso por nada.

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    1. Sim tive uma infância feliz, sempre com os meus pais muito presentes, mais a minha mãe que o meu pai, se calhar porque a minha mãe era professora primária tinha mais essa sensibilidade, mas também me lembro do meu pai me levar consigo para onde ia, por ex, mesmo que fosse trabalhar levava-me junto com a bicicleta para ficar entretida enquanto ele terminava de fazer as suas coisas e aos fins-de-semana, principalmente no verão, saíamos sempre, e as férias eram todas só nossas...
      Hoje, com a minha filha, tento dedicar-lhe muito mais tempo do que aquele que tive, pois lembro-me de ficar triste por querer fazer algo com a minha mãe e ela dizer que não podia porque tinha de limpar a casa. Baseio-me nas minhas memórias para evitar cometer os mesmos erros (sei que devo cometer alguns - nunca estamos livres - mas aqueles que me fizeram ficar triste, tento evitar hoje!)...
      Sinto como tu... o "trabalho" que a M. me dá é zero pois faço-o com muito prazer. Se fico cansada?! Sim, às vezes fico. Mas no fundo é um cansaço bom e que me faz repetir e repetir cada esforço a mais...
      A minha qualidade de vida ficou bastante superior e tal como tu, não trocava isto por nada! ;)

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