sexta-feira, 25 de maio de 2018

Como levar uma criança a fazer análises sem stress?!

Em pequenina sofri um pouco no que diz respeito à saúde. Fui alvo de 2 cirurgias e algumas situações ligadas a médicos, enfermeiros e agulhas. Resultado: ganhei um trauma que ainda hoje me acompanha, embora bem mais controlado...
Tudo aquilo que passei de menos bom em hospitais e clínicas quero evitar que a minha filha passe ou sofra. É esse o dever de uma mãe, penso eu!
Quando me deparei com a situação da minha filha ter de tirar as adenóides e parte das amígdalas, pesquisei e pensei como iria passar por aquilo tudo sem traumatizá-la. Li alguns artigos online, mas baseei-me essencialmente na minha experiência pessoal, visto que também tinha passado pelo mesmo. Imaginei o que gostava que tivessem feito comigo na altura... 

Ponto assente: ela teria que fazer análises! Então vamos prepará-la para que seja o menos indolor e o mais rápido possível...

Passos que segui:
1º Nunca esconder o que vai acontecer.
Não mentir, nem omitir que ela vai fazer análises, porque ela vai mesmo. Então desde o primeiro dia comecei a falar com ela sobre isso. Inicialmente ela era drástica e dizia que não queria fazer, mas à medida que ia falando sobre o assunto foi amolecendo e interiorizando a ideia.

2º Brincar aos médicos com ela.
Ela adora brincar aos médicos desde sempre, mas nunca aceita levar picas, nem a brincar. Então, peguei num dos seus Nenucos e foi "necessário" fazer-lhe uma análise ao sangue. Fiz todos os passos para ela ver como funcionava a coisa. Ela começou a também fazer análises ao boneco e a mim (coisa que não fazia antes!). Chegou uma vez ou outra a deixar fazer-lhe a ela, sem gritos de maior (um enorme avanço realmente, pois nem picas podia levar!)

3º Escolher o melhor Laboratório.
Este ponto é verdadeiramente importante. Como cá na ilha não existe um laboratório especializado só para crianças, escolhi um que fosse o mais sensível possível com ela. O que costumo ir é muito bom, mas não sabia se seriam suficientemente bons com crianças. Pedi opiniões aqui e ali e segui o meu instinto. Fui ao que costumava ir! A experiência foi tão boa que não quero outro. Pode ler como correu aqui.

4º Comprar EMLA.
Decidi comprar Emla para minimizar a dor da picada. Tudo o que esteve ao meu alcance fiz e voltava a fazer, caso tivesse de passar pelo mesmo. Emla é uma pomada anestesiante momentânea. Disse-lhe que tinha sido uma fadinha cor-de-rosa que tinha deixado aquela pomada na janela do quintal para ela ela e que lhe deixou 2 conselhos: não mexer o braço durante a análise e não olhar para lá, olhar só para a mãe e concentrar-se na voz da mãe.

5º Prometer-lhe um presente, caso se porte bem.
Este ponto não é obrigatório, mas ajuda. Acreditem.

6º Deixá-la usar a pomada.
Explicar no dia antes que é "amanhã" que vai fazer análises e que vai ser super corajosa. No dia, quando acordou, disse-lhe que íamos colocar a pomada da fadinha rosa. Ela quis colocar no meu braço e eu deixei. Só depois deixou-me colocar nela...

7º Acompanhá-la. Dar-lhe todo o apoio.
Estar presente. Ser quem lhe dá a mão, lhe esclarece as dúvidas. Quem fala com ela no momento em que está a fazer a análise.

8º Elogiá-la, levá-la a tomar o pequeno almoço de heroína e cumprir a promessa.
Disse-lhe coisas bonitas e verdadeiras, falei-lhe do quanto me sentia orgulhosa dela por se ter portado bem. Dei-lhe um pacote de leite que tinha levado e que ela já me estava a pedir antes da análise e convidei-lhe a ir comer qualquer coisa para acompanhar o leite. E depois... claro... fomos comprar a Elsa, como lhe tinha prometido (e ela não se esqueceu!).


O que funcionou com ela poderá não funcionar com outra criança. Apenas coloquei qual foi a minha tática para esta situação.



2 comentários:

  1. Que dicas maravilhosas! Não consigo imaginar forma melhor de lidar com essa situação. :) Não sei se conseguiria ter tanto discernimento e sabedoria maternal como tu numa situação assim.
    Beijinhos

    www.vinilepurpurina.com

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    1. Sabes, Carla, infelizmente eu tenho um trauma com agulhas. Não quero passar isto para ela e por isso faço sempre o melhor que sei para evitar que ela tenha tanto medo como eu. Não digo que não dói, quando na realidade vai doer (nem que seja um bocadinho!) e nunca lhe digo olha aquele menino porta-se tão bem e tu tens de te portar igual... Sempre detestei isso. Há que respeitar as diferenças, porque elas existem. Há que respeitar os medos de cada um. Se uma vacina tiver que demorar 1h a ser dada pois que seja!... Cheguei a ter comigo profissionais de saúde que nem para empregados domésticos serviam...

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