quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Falei com o coração...

Tenho um amigo que é mestre de um rancho de romeiros e um dia lembrou-se de me convidar para participar numa das suas reuniões de preparação do seu rancho para a romaria que está prestes a começar... A minha primeira reação foi achar que aquilo era mais uma das suas partidas (ele é muito brincalhão!)... mas depois percebi que ele estava a falar mesmo a sério... Era mesmo, mesmo para eu ir... Ora, tive a sorte de estar uns tempos entretida com a preparação do aniversário da minha filha que pouco ou nada pensei nesse "assunto" de ter de falar para mais de 50 pessoas, no caso homens!!!! Mas mal terminou a azáfama do grandioso evento, veio logo à baila a tal reunião de romeiros que eu ia participar como oradora...
Ia falar sobre o quê?! Pensei, pensei e resolvi que o que devia falar era sobre a fé que existe em mim, sobre as mutações que foi tendo em mim face às várias situações que tive de vivenciar na minha vida.
Quem me conhece sabe que sou uma pessoa de muita fé. Tenho fé em Deus (muita!), mas também tenho fé nas pessoas, na vida, no amor e em tudo o mais que é positivo ao meu redor. Já o disse aqui e volto a dizer: eu acredito que tudo é possível conseguir se houver saúde, amor, paz e fé. Mas nem sempre foi assim. A fé evolui connosco à medida que crescemos, à medida que as situações nos acontecem na vida.
Já tive situações em que questionei severamente a minha fé! Já tive dúvidas! Já me perguntei se valia a pena ter fé em algo que não vejo! Onde estava a minha fé nesse momento?! Sou humana! Considero-me uma pessoa inteligente e foi exatamente por isso que, ainda hoje, não acho mal ter questionado a minha fé. Foram momentos de desespero, em que pensava que Ele me tinha abandonado ou que nem existia, que tinha sido tudo uma ilusão. Que Ele me estaria a castigar por alguma razão... Foram momentos muito deprimentes e fortes psicologicamente... Mas na primeira oportunidade, não quando eu quis, mas sim quando teve de ser, consegui vê-Lo e senti-Lo. Consegui encontrar o amparo, o abraço e a força para continuar...
Foi exatamente esta a ideia que transmiti aos irmãos romeiros de Santa Clara. Espero que tenham gostado tanto quanto eu. Expus parte da minha vida numa tertúlia que me deixou inicialmente um bocadinho nervosa (por falar para tanta gente), mas depois bastante à vontade ao ponto de abrir o meu coração sobre um assunto bastante doloroso que fez (e penso que sempre fará) parte da minha vida.


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