sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Quando eles adoecem...

Quando os nossos filhos estão doentes parece que toda a nossa vida gira em torno deles. Não sei como funciona com as outras mães, mas eu cá sou assim e a minha mãe também era assim comigo e com o meu irmão...
Faço a comida que ela gosta, pois se gosta a probabilidade de comer alguma coisa é maior. 
Dou-lhe mimos extra, porque mimo também ajuda a curar e lembro-me que quando estava doente o mimo que recebia sabia a mel e às vezes cheirava a morango. Juro-vos! 
Deixo de ter vida própria basicamente para apenas atender aos seus pedidos. Até porque para mim seria impensável sair de casa, seja para ir para uma festa ou para ir fazer compras ao hiper, com ela em casa doente a precisar de mim. Quer dizer, uma coisinha rápida ainda vá, mas mais do que 1h fora de casa?! Nem pensar...

Uma noite ela acordou para vomitar... Sai da cama de relâmpago e fui ter com ela... A dada altura ela diz-me "Mãe tenho a minha testa a doer... Os ossinhos... Mas não estão partidos..." - foi o sinónimo de "estou com dor de cabeça" mais fofo que já ouvi em toda a minha vida. Mesmo!!!!

Após termos filhos, uma mãe que se preze anda em constante alerta. Da mesma forma que a leoa (e tantos outros animais!) caça para sustentar primeiro os filhos, assim se comporta uma mãe. Eu sinto-me muitas vezes uma leoa. Tudo em mim gira em torno dela, do bem estar dela, da alimentação, saúde e educação dela. Acho que depois dela nascer nunca mais consegui descansar como deve ser. É um turbilhão de emoções para gerir e de coisas prioritárias para fazer...

Quando adoece... cai o Carmo e a Trindade e o alerta torna-se mais intenso (como se isso fosse possível e é!)... Custa-me vê-la doente. Custa-me vê-la a desfalecer. Custa-me vê-la vomitar. A ter febre. A não querer comer. A dormir muito. A estar demasiado paradinha todo o dia. A não querer mais nada do que estar apenas no quentinho do meu colinho. De só querer mimo, mimo e mais mimo. De chorar por tudo e por nada. De estar queixosa e aborrecida. Sinto-me impotente. Sem saber o que poderei fazer para minimizar o seu desconforto, a sua dor. Desejo, inclusive, muitas vezes (todas as vezes!) estar no lugar dela. Suportaria melhor do que vê-la a passar pelo que quer que seja. E nesses momentos penso nas mães que têm os seus filhos verdadeiramente doentes e imagino os horrores que devem sofrer pela impotência que devem sentir... Essas mães têm a minha eterna admiração!...


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