E pronto, terminado o Carnaval e a loucura (para alguns!) do dia dos Namorados voltamos à rotina... bahhh... e a uma conversa séria que há tempos estou para escrever aqui e que me vem atormentando os dias e as noites...
Ao final do dia, quando estou sozinha com os meus pensamentos, fico a pensar naquilo que fiz durante aquele dia e sinto-me triste na maior parte das vezes. E triste porquê?! Triste porque o dia-a-dia de uma mulher (que é mãe) é mesmo lixado! Quando quem nos é mais importante na vida é quem menos recebe de nós, não podemos ficar completos e de coração cheio.
Acordo todos os dias às 6h45 e só chego a casa 12h depois. E nessas 12h onde andei? A maior parte delas a trabalhar. Sim é bom ter trabalho e dou graças a Deus por isso. As restantes horas ora em viagens, compras para a casa, a correr na hora de almoço,... Quando pego na minha M. e vou para casa já são horas de preparar o jantar (os dias melhores são os que só tenho de aquecer o jantar!). E quando acabamos de comer, já são horas do banho. E quando termina o banho já são horas de contar a histórinha e dormir... Isto acontece pelas 20h30/21h... E estar com ela?! E brincar com ela?! E tempo ÚTIL com ela?! Durante a semana é muito complicado gerir o tempo e também as emoções. Gostaria eu de chegar a casa e ainda ter tempo útil com ela, poder fazer coisas com ela, que ela goste, que a faça feliz... É isto viver bem?! É isto crescer bem?! E nem quero falar de quem vive em zonas como Lisboa, que ainda têm o trânsito para atrapalhar a gestão do seu tempo!
Governantes portugueses, olhem para a educação que estamos a dar aos nossos filhos. A educação não é só na escola. Tem muito peso quando vem de casa. O tempo que os filhos passam com os pais é, se calhar, o motor mais forte para um bom crescimento enquanto pessoa e cidadão. Depositamos os nossos filhos em escolas e atividades de tempos livres quando o seu tempo livre deveria ser passado com os seus pais, em família. Triste e dura realidade.
Sei bem que há pais que até agradecem que os filhos estejam ocupados com outras coisas para assim também terem tempo para eles próprios, mas eu não! Eu não agradeço, não me conformo e nem quero. Quero ter mais tempo com a minha filha, quero ser presente, quero que ela saiba que pode contar comigo para tudo, quero que ela saiba que, independentemente do que o futuro nos reservar, vou amá-la sempre e incondicionalmente, que ela veio dar sentido à minha existência, que ela é o meu princípio, meio e continuidade...
Escrever aqui não vai adiantar de nada (até porque, que eu saiba, não tenho governantes a lerem o que escrevo e, mesmo que tivesse, acho que não ia fazer diferença nenhuma!), mas ao menos, olha, partilho a minha realidade e opinião convosco. Afinal também é para isto que os blogs servem... :P
Sim, é complicado ter filhos e, na maior parte do dia só estar com eles o tempo suficiente para as coisas práticas do dia. Nisso o nosso país podia ser melhor, é verdade.
ResponderEliminarCá em casa cozinhamos a partir das 22h00 em grandes quantidades para ter tempo ao fim do dia mas o senão é que é raro comer comida acabada de fazer (só ao fim de semana).
Mas, muitas vezes, já as vamos buscar à escola pelas 18h30 e quase já não estão lá crianças. Custa muito. O que vale é que elas estão felizes e às vezes nem querem vir para casa. É um fraco consolo mas pelo menos gostam de lá estar.
O ideal seria podermos trabalhar menos horas durante mais tempo, num regime de compensação horária ou a partir de casa duma forma que fosse boa para os pais e para as empresas. Pode ser que um dia assim seja.
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