segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Prova de confiança!

Há uns anos atrás... uns 20 anos e uns meses para ser mais precisa, regressei eu de Lisboa para as minhas primeiras férias de verão em S. Miguel. Diretamente chegada de Lisboa, rumei para o Nordeste, pois naquela altura decorriam as festas do concelho e iam lá tocar os Santos e Pecadores. Não era uma banda que eu morresse de amores (na altura!) mas como era na minha terra, claro que ia estar presente.
Já tinha combinado com as minhas primas e algumas amigas que, naquele dia íamos passá-lo no calhau da minha freguesia (numa de torrar, pois estava branca que nem papel!) e depois terminaríamos aquele dia a ver o concerto.
Foi a loucura! Adorei aquele concerto como nenhum outro na altura. Vibramos juntas e dançamos todo o concerto. O pior mesmo era quando nos encostávamos umas nas outras, tal era o escaldão que todas tínhamos! Enfim...
Depois do concerto, como meninas de 18 anitos que éramos, fomos ao backstage pedir autógrafos e chegamos a tirar uma foto de grupo... Maravilha! Todas à laia de lagostins no meio dos Santos e Pecadores! Um mimo! Um amigo deles, veio lado a lado no avião com o meu primo mais velho e foi por isso que conseguimos ter "tempo de antena VIP" com a banda. Com esse rapaz, amigo da banda, ainda cheguei a sair em Lisboa mais umas 2 vezes, todas elas ligadas a concertos dos Santos e Pecadores, que comecei a assistir a partir desse verão. Ele tinha a mesma paixão pela banda como eu. Nunca mais o vi... Depois veio o facebook. Reencontramo-nos. Certo dia, pede-me ele para lhe fazer um favor. Se eu pudesse enviar-lhe charutos de cá, pois lá já não se vendiam e ele gostava de ter mais uma caixa para as ocasiões especiais. Com certeza, disse-lhe eu! Afinal de contas, apesar de nunca mais o ter visto, cruzámo-nos no passado e ele sempre tinha sido muito simpático comigo (e a namorada dele na altura também!), pois levava-me com eles para os concertos dos S&P, porque sabia que eu gostava como eles.
Comprei os charutos (que por acaso até são carotes!) e, por sorte, tinha um colega que ia em trabalho para Lisboa nesse mesmo dia. Pedi-lhe para levar os charutos e assim foi. O meu amigo foi buscá-los a Lisboa e agradeceu-me enviando umas coisas típicas das Caldas da Rainha, onde vive agora, cavacas e um presente. Não era necessário, como é óbvio, mas ele assim o quis pela amizade que existe e porque eu confiei nele.

Estas coisas acontecem quando confiamos nas pessoas. Podia ter corrido mal? Podia. Mas não correu. Porque ele é uma pessoa de bem e eu também sou. Chegou a dizer-me "Obrigada por confiares em mim." (porque paguei antes dele me transferir o montante!) e eu apenas respondi "Já me deste algum motivo para não confiar?". Eu confio sempre nas pessoas até prova do contrário... E acredito em amizades que o tempo não consegue apagar. Há pessoas que já passaram na minha vida que lhes perdi o rasto, mas guardo-as no meu coração. 

Sou assim: estendo a mão a quem me dá a mão e assim permaneço até provas do contrário!





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