O meu primo foi abrir-me a porta branca e levou-nos até ela...
Lá estava ela, deitada, a dormir, de boquinha aberta e à frente da cara tinha uma máscara de oxigénio. Ali permanecemos quietinhos à espera que acordasse... Entretanto, o meu primo disse-nos que não sabia como ela respirava... que tanto as amígdalas como as adenóides eram gigantescas... Mas que agora ia ficar tudo muito melhor com ela... Era esse o objetivo!
Dali a um pouco (quando ele se foi embora!), ela começa a tossir... a colocar para fora coágulos de sangue, quer do nariz quer da boca, e a sensação que tinha era que estava a engasgar-se... Por mais que limpasse mais sangue vinha colado atrás. A ideia era ela permanecer deitada de lado com a cabeça inclinada, para evitar ingerir aquilo. Mas... é difícil sossegar uma criança de 4 anos. Foi uma hora de muito choro, de muito pedir colinho, de muito mimo, de muita criatividade para a distrair, de muita agonia e medo... Ela já se embrulhava nos fios que tinha à volta do corpo... olhava para a mãozinha e dizia que não queria aquilo (o canal para o soro/medicação) ali, que queria tirar...
Ela ficou com a carinha toda suja de sangue... Minha rica filha... Dava tudo para ela não passar por aquilo...
Depois, quando já estava mais calma, saímos da sala do recobro e fomos para a outra sala, a primeira onde tínhamos estado. O enfermeiro Marco deu-lhe um sumo de maçã fresquinho e ela bebeu todinho... (e eu a imaginar que seria um gelado!!!...).
Vestimo-la, pegamos na Minnie e na Girafa do T., envolvemos-lhe nas suas mantinhas e fomos para casa, onde nos receberam os nossos amigos ainda acordados, para a verem e saberem dela.
Nessa noite estava cheia de energia... nem parecia que tinha feito uma cirurgia. Falava normalmente e estava pronta para outra.
Dormimos os 3 na caminha, caso alguma coisa acontecesse... Apesar dela ainda estar a ressonar, foi uma noite tranquila, dentro dos possíveis...
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