segunda-feira, 11 de julho de 2016

O 10 de julho que ficará para a história de Portugal


E foi com estas imagens que encerramos a noite de ontem! Um dia de glória para Portugal. O 10 de julho devia ser considerado feriado nacional daqui por diante! :)

Comecei o dia a receber mensagens da vodafone a informar-me dos acontecimentos portugueses:
"Sara Moreira vence meia maratona de Amesterdão."
"Jessica Augusto conquista medalha de bronze."
"Patrícia Mamona conquista o outro no triplo salto no Campeonato Europeu de Atletismo."
...para terminar com 
"Foi desta! Portugal é finalmente campeão Europeu!"

Bom... desde o primeiro momento deste Campeonato Europeu que me deparei, essencialmente no facebook, com comentários muito tristes em relação à nossa seleção. Que eram uns fraquinhos, que não sabiam jogar futebol, que foram mal escolhidos, que éramos nojentos, que o capitão não fazia nada, que tinha era a mania, entre outros comentários menos bons... Eis o que eu vi:
- que tínhamos o "melhor do mundo" em campo e, por este fator, nele depositamos todas as esperanças, porque os restantes jogadores quase que não se conheciam;
- que os 11 em campo podiam não saber jogar futebol técnico e bom, mas jogavam e davam o seu melhor, corriam atrás, lutavam até ao fim, sempre com a cabeça erguida;
- que tínhamos uma equipa unida, coesa, construída e firmada com base na amizade, companheirismo, presença e isso é extremamente importante em torneios como este;
- que tínhamos um Rui Patrício, muitas vezes quase esquecido, mas esteve sempre lá a defender o que podia e o que não podia, mostrou estar à altura de um campeonato deste calibre;
- que tivemos a estrelinha da sorte do nosso lado desde o primeiro momento, mas também quem sofre tanto em cada jogo até ao último, bem que já merecia ter alguma sorte na final;
- que o nosso "melhor do mundo" desempenhou o seu papel de capitão de equipa na perfeição e até ao último suspiro (ainda mais orgulhosa do melhor do mundo ser português!): sempre fomentou a união e a boa disposição entre jogadores e entre jogadores e equipa técnica; sempre agiu com ponderação em todos os passos que deu no Euro (exceto no caso "microfone"); deu tudo por tudo no jogo contra a França, foi até ao seu limite (se calhar até ultrapassou o seu limite!) e teve também a coragem e a humildade de abandonar o campo quando viu que nas 4 linhas iria desajudar mais que ajudar os seus companheiros e foi com enorme tristeza que o fez. Acho que a imagem que mais me comoveu no jogo foi quando ele colocou a braçadeira de capitão a Nani. Mas que grande responsabilidade!
Não é qualquer um que põe os interesses de um país em detrimento dos seus. Ele queria estar lá nas 4 linhas, tal como muitos outros, mas preferiu retirar-se, pois só assim podia ajudar os seus companheiros e o seu país. É de Homem! Enganaram-se aqueles que pensavam que ele ia tratar da sua lesão. Ele ficou... No banco dos suplentes! Foi capitão no banco! Foi treinador adjunto! Ele sofreu, saltou, deu indicações, e, no fim, chorou de alegria por também ele ter feito parte desta vitória que é muito sua: Portugal Campeão Europeu 2016!
- que éramos "nojentos"! Desde que me lembro de ver futebol que sempre vi um Portugal a fazer jogo limpo e a respeitar os adversários, mas também sempre me lembro dos cavalões dos franceses, que sempre jogam como touros no campo, levando consigo tudo o que aparece pela frente (olhem a lesão do nosso capitão!)... Nojentos, nós?! Quem tinha traças a dar c'um pau no estádio eram eles, não nós
- que os franceses têm mau perder (nada que não me admirasse). Uma das minhas maiores amigas nasceu em França, mas apoia Portugal desde sempre, mesmo até contra a França (eu deserdava-a se assim não fosse!). E ela (e mais alguns!) sabe que a França (país) e os franceses nunca me cativaram... Hoje percebo porquê... Então não era suposto ficarem as cores da nossa bandeira na Torre Eiffel?! 5 segundos de verde e vermelho?! Só?! É muito mau perder! Óbvio que não é fácil jogar contra uma equipa na nossa casa e essa equipa ganhar e ainda termos que colocar a bandeira do país dessa equipa no monumento mais emblemático do nosso país, mas o jogo é isso mesmo. Às vezes ganhamos, outras vezes perdemos. E perder também é ter humildade suficiente e respeito pelo próximo. Nós, cá em Portugal, temos humildade e respeito pelo nosso povo/país, mas também temos pelos outros. E é isto que nos torna GRANDES heróis valentes de uma nação...! É um orgulho ser parte deste país! 


E termino com o último parágrafo desta carta aqui, que vale a pena ler.

"(...) Somos nós o povo que arranca o prefixo de impossível. E se ele teimar em não cair, o que certamente será muito injusto, uma idiotice pegada ou um azar dos diabos, havemos de sobreviver."

...porque sempre assim foi e sempre o será (os melhores momentos aqui)!












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