Hoje uma altura que a minha M. começou a dizer que não queria ir à escola. Quando a acordava dizia logo "Mãe não quero ir à escola!"... Comecei a ficar preocupada... Por experiência de ter trabalhado num infantário, sabia que algumas crianças começavam bem, mas depois tinham um retrocesso no processo de adaptação e temia que isto me pudesse estar a acontecer. É que, parecendo que não, é o pior cenário para as crianças, para os pais e até para os educadores.
Entrou o fim-de-semana e andei a "investigar" o porquê da minha M. não querer ir à escola. Ela que gostava tanto... Percebi que tinha a ver com a hora da refeição. Ela andou meio adoentada (fruto da época) e com menor falta de apetite, até mesmo em casa. Percebi que na escola, e muito bem, insistiam com ela para comer.
Durante o fim-de-semana fui lhe falando na importância de ir à escola, de comer a comida da escola, de brincar com os outros meninos,... para que na segunda-feira estivesse apta para continuar a ir à escola.
Segunda-feira, apesar de tê-la preparado para ir à escola, a minha mãe (que é a pessoa que normalmente a deixa na escola, para ela não ter de ficar 45 minutos na entrada da escola à espera da educadora) não a levou. Pelos vistos deixou-se vencer pela doçura da frase "Gosto mais de ficar com a avó Berta...". E ficou!
No dia seguinte decidi ser eu a levá-la à escola, para ela perceber que por mais birra que fizesse, ir à escola é o seu dever neste momento (e durante uns bons anos!). Combinei com ela que iria falar com a doce Sra. Anita (com quem trabalhei no infantário e sei que é 5 estrelas com os meninos) para que não insistisse com ela para comer o 2º prato, mas que ela teria de comer a sopa toda e a sobremesa. Quando chegamos à escola ela ainda tentou não ir... pedi-lhe para ela vir para o meu colo. Ela veio. Fui mostrar-lhe os meninos a brincar no parque infantil que existe. Ela dizia que não se queria divertir com os amigos, que ia sentir saudades minhas. "E se eu chorar?!" perguntava ela. Com algum cuidado expliquei-lhe novamente que ia falar com a Sra. Anita sobre o almoço como tínhamos combinado, expliquei-lhe o que esperava dela na escola, que se ela ficasse na escola triste, eu também ficaria triste e ela não gostava de me ver triste, que ela estava sempre comigo no meu coração e que eu ficaria sempre no coração dela, que quando ela sentisse saudades minhas para pensar em mim e ter a certeza de que a amava muito, e que ela era uma menina muito corajosa e por isso ia conseguir ultrapassar esta fase...
Falei com a Anita à frente dela. E vi no olhar da minha filha o alívio e a felicidade de poder contar com a "amiga da mãe", na ausência da sua mãe (eu!). Ela ficou bem nesse dia e nos dias seguintes também... até agora! Que assim continue...
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